novembro 13, 2015

Memória de infância

Há memórias que nos marcam, mas com o passar do tempo deixamos de perceber se a imagem que guardamos é a original ou completamente extrapolada da realidade. Foi numa visita ao Aquário Vasco da Gama, quando era criança, que fiquei fascinada com a visão da lula gigante que estava exposta à entrada. E do resto da visita que recordações ficaram? Nenhuma, não fazia a mínima ideia se teria gostado ou não do resto que tinha visto.

O tempo foi passando e, sempre que me lembrava da respeitosa lula, já começava a duvidar se a minha mente não teria exagerado nas suas dimensões e não passaria afinal de uma banal lula de metro e meio.

Até que chegou o dia em que a curiosidade já era forte demais para continuar na dúvida e lá fui eu revisitar o aquário. Com as expectativas baixas, sim, porque o Oceanário veio elevar muito a fasquia, fui surpreendida com um modesto aquário que afinal tinha muito para oferecer. Senti-me de novo uma miúda no meio de tanto peixe exótico, espécies coloridas e o mais impressionante, as otárias Olívia e Vitinho, ambos uma ternura! Valeu mesmo a pena esta visita, superou sem dúvida as minhas expectativas.


E a lula? Pois é, no meio de tantas maravilhas até me esqueci dela. Lá continuava, com os seus majestosos 8,2 metros , tal como a minha memória se recordava dela...

São momentos como estes que nos mostram o quanto a nossa perceção vai mudando e o que ontem tinha importância amanhã poderá ser completamente insignificante.

AV35

2 comentários:

  1. Lembro-me perfeitamente da lula gigante! Também das focas/leões marinhos/similares.
    Com este post recordei a minha própria infância em visitas familiares e escolares e fiquei com vontade de lá voltar 15-20 anos depois da última vez.
    Excelente narrativa, boa publicidade ao aquário e sábia conclusão!
    A seguir.

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    1. Obrigada pelo comentário. É este o objetivo da partilha, despertar emoções!

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